terça-feira, 26 de junho de 2007

"Onde está o presidente?" - CARLOS HEITOR CONY

Num desses telejornais, vi o desabafo de um cidadão que não obedeceu ao conselho da ministra do Turismo para relaxar. Tomou o microfone da jornalista e gritou: "Onde está o presidente? Há algum presidente neste país?".
A cena era patética e já conhecida de todos. Gente deitada no chão, pessoas doentes chorando, o diabo. Onde estava o presidente? A pergunta pode parecer exagerada (não a cólera), mas há razão para ela. A crise no setor aéreo pertence ao Executivo, cujo chefe maior está omisso, dando conselhos e invocando um trabalho que não aparece.
Lembro dois casos. JK tomou posse na Presidência e, dias depois, rompeu-se a barragem de Orós. Ele deslocou todo o governo para lá e só voltou ao Rio após tomar as medidas executivas para resolver o problema pessoalmente, embora não fosse engenheiro nem ainda tivesse tomado pé da chefia da nação.
Outro exemplo: Carlos Lacerda, ex-governador da Guanabara, teve um problema de rompimento na adutora do Guandu em construção. A cidade ficaria sem água. Lacerda pegou uma cadeira, sentou-se no local da obra e só saiu dali no dia seguinte, com o problema resolvido.
Tanto num como no outro caso, a presença física do presidente e do governador apressaram a solução do caso. Evidente que Lula não precisa bivacar no saguão dos aeroportos. Mas a presença dele nos segmentos em crise, tomando providências imediatas sem delegação a terceiros, daria um cenário novo ao apagão aéreo.
Passar a responsabilidade para a cadeia hierárquica do comando vem revelando inutilidade operacional e insensibilidade política. Dá a impressão que ele está fazendo tudo quando mantém os mesmos homens nos mesmos cargos e não toma a iniciativa que se espera de um chefe do Executivo.

domingo, 24 de junho de 2007

Gilmore Girls - Bia Abramo

O CLIMA é de luto entre os fãs de seriados: foi ao ar nesta semana o último episódio da última temporada de "Gilmore Girls". Juntando com o final de "The O.C.", algumas semanas atrás, isso significa que está vago o lugar do seriado adolescente.

Os requisitos básicos são os mesmos desde "Dawsons Creek". Em primeiro lugar, é preciso ser o mais cool possível: gente linda e "perfeita", roupas legais, referências espertas à cultura pop, um tantinho de neurose em grau suficiente para tornar tramas e diálogos atraentes e divertidos... Em segundo lugar, há que ser, por mais tortuoso que o percurso até lá queira parecer, profundamente moral.

Funciona assim: ao mesmo tempo em que exibem modelos moderninhos, inclusive de comportamento, no final reitera-se a centralidade da família (ainda que tenha que se admitir famílias não tradicionais), os valores competitivos nos estudos e no trabalho e, sobretudo, a alegria do conformismo.

Permite-se tudo, desde que, no final, qualquer traço de rebeldia real, de angústia verdadeira e de experimentação existencial autêntica seja devidamente apaziguado.

"Gilmore Girls" era uma espécie de achado, porque era um seriado com duas protagonistas "adolescentes": uma no papel de filha e outra no de mãe. Ou seja, Lorelai engravida na adolescência e, com 30 e poucos, é uma mãe de uma adolescente; Rory é a filha muito madura dessa mãe muito jovem.

Em outras palavras, dois tipos contemporâneos típicos: jovens amadurecidos a fórceps e adultos eternamente presos à sua juventude. À esperteza sociológica do argumento, some-se que, de cara, há um erro -o de ter se tornado mãe ainda adolescente- a reparar e um -o de impedir, a todo custo, que a filha siga o mesmo caminho- a evitar. Para um projeto moralista, nada mais apropriado.

Todo o seriado consistia nessa tensão, da adequação dos que, em algum momento, parecem inadequados. A jovem mãe prova aos pais que, apesar do erro de juventude, é capaz de ser uma empresária de sucesso (e regular a sexualidade da filha), e a doce Rory, cerebral e sensível, é um modelo de aluna, filha, neta, amiga, namorada etc.

O pulo do gato é operar essas trajetórias, no fundo exemplares, como se fossem críticas e não convencionais. Em "Gilmore Girls" isso se fazia com diálogos muito ágeis e espertos -mãe e filha tinham quase que uma linguagem própria- e um timing cômico invejável.

domingo, 17 de junho de 2007

Essa Coca é Fanta! - MARCOS AUGUSTO GONÇALVES

ELA É CARIOCA e veio a São Paulo fazer "uns trabalhos". Mas ficou no fim de semana, e fomos, com uma turma, à abertura da "galeria virtual" Florence Antonio. Casa incrível no Morumbi, projeto de Sérgio Bernardes, tudo super, ultra, mega transado. Em meio ao desfile de modernos, alguém comentou sobre o rapaz, que parecia interessado no jeitinho dela andar. Provocada, a carioca reagiu: "Não tem nada a ver: essa Coca é Fanta!".

Gírias, o Rio é bom nisso. Essa Coca é Fanta. Parece que é, mas não é. O rapaz era gay -óbvio, não precisava explicar.

Serve para várias situações. O PT, por exemplo. "Foi para isso que elegemos Lula?", perguntava Luiza Erundina na "Caros Amigos". E podia ter dito: "Essa Coca é Fanta!".

É também o caso de representantes do vetusto Judiciário, que vão se revelando tão intragáveis quanto a nossa chamada "classe política" -embora essa, na realidade, nunca tenha enganado ninguém. Ou melhor, o PT até que enganou, mas não engana mais. Dirão os ponderados que não é bem assim, que é melhor não generalizar, que a maioria dos parlamentares e governantes é gente de bem com espírito público.

Será? E o coro dos senadores em defesa do sr. Renan Calheiros -tremenda Fanta Uva de dois litros, quente e sem gás- que usava o lobista de uma empreiteira para sanar um caso extraconjugal?

Como é possível que os nobres colegas fiquem a protegê-lo, que ele continue no cargo e que se encene essa ridícula farsa em torno de uma "análise" do caso no Conselho de Ética do Senado? Francamente, alguém acredita em Conselho de Ética do Senado? Ou da Câmara?

Muito tem-se falado da passividade dos brasileiros em relação à corrupção. Reforça-se a idéia da gente apática, vida de gado, povo marcado, povo feliz. No domingo, José Alexandre Sheinkman, em sua coluna na Folha, manifestou a esperança de que, a exemplo do que ocorreu nos EUA no século 19, os brasileiros se tornem mais exigentes em relação ao nível de honestidade dos homens públicos. Tomara.

Mas a inexistência de manifestações públicas contra a roubalheira parece ser menos uma questão de caráter nacional e mais um problema político. Durante anos, o PT posou de ético e controlou as instâncias de mobilização social. Mas agora o partido se revelou corrupto e sua militância, pelega. Vivêssemos sob um governo tucano e as manifestações contra a corrupção possivelmente estariam nas ruas.

Ao mesmo tempo, o que deveria ser a oposição é risível. E sempre esteve desconectada dos chamados movimentos sociais -do PFL, que adotou a cômica sigla Democratas, ao PSDB, que vai sendo atraído pelo campo gravitacional de Lula, hábil articulador de um novo (velho) centrão. À esquerda, resta o PSOL, que está mais para banda de música do que para outra coisa.

O desnudamento do PT deixou a política sem um ponto de referência crível, capaz de articular e potencializar o sentimento de indignação que existe, sim, em setores importantes -os mais bem informados- da sociedade brasileira.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Ídolos Brasileirinho - EDUARDO REIS

O programa Ídolos do SBT é um sucesso de venda e público isso não há a menor dúvida, o programa é o sonho do departamento comercial da emissora e vem rendendo bons índices no Ibope na briga pela vice-liderança.

Porém somente nesta segunda versão é que o programa realmente ganhou a cara do Brasil, o que não se esperava que acontecesse tão rapidamente, já que a formula é importada do sucesso norte americano, American Idol, que na verdade também não é o original, mais isso é detalhe. O certo é que o Ídolos tentou de todas as formas em sua primeira edição seguir as regras do seu abre alas americano, o que gerou um programa brasileiro sem a menor cara de Brasil, onde seus cantores, salvo raras exceções queriam ser o novo sucesso pop, quando na verdade esse tão sonhado gênero nunca existiu no Brasil.

Ser pop no nosso país é ser popular mais não chega a ser um gênero como ocorre em outros paises, aqui você pode ser pop cantando sertanejo, axé, pagode, calypso, rock, mais se você quer ser um cantor pop você vai acabar assim como o vencedor da edição passada do programa, no esquecimento. Infelizmente esqueceram de avisar ao Leandro que não há espaço para esse tipo de cantor no Brasil.

Mais afinal o que torna o programa mais brasileiro? Com certeza não é a direção do programa que insiste em seguir uma linha muito próxima ao padrão americano, porém que peca em não ter a mesma estrutura deles, deixando a desejar em coisas básicas para o programa como uma banda e a edição ao vivo.

Os apresentadores também não ajudam em nada, parecem dois robôs, suas falas parecem que já foram marcadas pela direção, quando isso não acontece e fazem uma improvisação, deixam transparecer suas imaturidades como apresentadores, mais isso é aceitável, já que também existem poucos, porém bons momentos de lucidez, além deles não serem a atração principal deste show.

Os jurados é um caso a parte, esses sim trazem com sigo a originalidade, eles não querem imitar os jurados de fora, eles passam uma verdade, porém pouco falam e pouco ajudam o candidato, muitas vezes se prendem em detalhes bestas para comentar como a dança, o cabelo ou a roupa do candidato, ta certo que para ser um ídolo você deve cuidar de tudo, mais não deve ser o principal.

Mais na verdade onde o Brasil mostrou a sua cara dentro do programa foi nos candidatos, agora sim temos a diversidade brasileira sendo exposta no programa, o país é uma mistura de ritmos, onde a sua maioria esta lá representada, nesta edição temos pagodeiro, sertanejo, cantora de calypso, black music, cantores românticos, rap, temos de um tudo, e isso deixa o programa mais interessante de se assistir, por isso se você gosta de diversidade, não desgruda.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Ópera sertaneja - ESTHER HAMBURGER

A minissérie "A Pedra do Reino", adaptada do romance homônimo de Ariano Suassuna, com direção de Luiz Fernando Carvalho, que estréia na terça, é um épico que se desdobra em vários níveis.
Com traços autobiográficos, o texto conta a história de d. Pedro Dinis Quaderna, protagonista e narrador tragicômico da história de um reino mítico, alegoria de um certo Brasil, com sede no grandioso sertão do Cariri.
O narrador é obcecado pela retomada da coroa de seus ancestrais, disputada em lutas de sangue. Mas almeja também a glória da academia, capaz de elevar um autor genial à condição imortal.
A árdua tarefa de condensar o romance colossal, pleno de referências à história do Brasil mas também ao universo mítico das narrativas medievais, ganhou vida por meio de uma produção, filmada com uma câmera só, em super 16 mm, que reúne a Globo e a independente Academia de Cinema.
O espírito épico do romance foi transposto para a própria produção, feita em locação no sertão da Paraíba. Cerca de cem pessoas, entre atores, artistas e artesãos nordestinos e uma reduzida equipe de profissionais do Rio de Janeiro e de São Paulo, conviveram durante três meses na pacata Taperoá.
O resultado dessa intensa vivência é um híbrido, em tom operístico, composto de cinema, televisão, circo e teatro.

Interlocução múltipla
A textura do trabalho resulta da troca de repertórios entre artistas e artesãos locais e profissionais da cidade grande. Essa interlocução múltipla, sob o calor ardente do sertão nordestino, transpira e dá força ao produto final.
A complexa interação provocou uma profusão de emoções fortes que se transferem à tela. O paraense Cacá Carvalho faz um magnífico juiz corregedor, que domina a cena a partir do terceiro capítulo.
Luís Carlos Vasconcelos encarna um terrível Arésio, o revoltado filho do padrinho de Quaderna. Ambos montaram seus espetáculos teatrais em Taperoá durante a preparação das filmagens.
Irandhir Santos, em sua estréia, brilha na pele do protagonista desengonçado, misto de doido e palhaço, como velho errante contador de histórias e como jovem cativo em busca de um reino encantado.
Adornos hiperbólicos enfeitaram as fachadas, as roupas, os cenários. A interpretação carregada dos atores ajuda a adensar ambientes já sobrecarregados de detalhes, produzindo atmosferas plásticas saturadas de significado.

Sem didatismo
Os figurinos vestem os personagens com detalhes de artesanato personalizado. Os cavalos-bonecos se inspiram em cada personagem (o do herói Sinésio é branco).
A narrativa não-linear flui com graça e ironia por meio das aventuras de nossos sertanejos em uma caçada na direção da monumental Pedra do Reino. A paisagem seca do sertão recebe bem bichos de lata. Não há concessões ao didatismo ou ao melodrama.
Por vezes temos dificuldades de identificar os personagens. Nem sempre as sutilezas são perceptíveis em uma primeira olhada.
A trilha sonora de Marco Antônio Guimarães, compositor do grupo Uakti, ajuda a conferir um tom cigano e mambembe que combina com o mistério enevoado da série.
"A Pedra do Reino" é o primeiro trabalho do projeto "Quadrante", que pretende viajar pelo Brasil a realizar adaptações literárias ambientadas em diferentes paisagens, sempre com a participação de artistas locais.
O projeto, a um só tempo de formação e de criação, como o circo-teatro que o inspira, busca agitar as regiões por onde passa. Promete ainda empolgar profissionais cansados da rotina pouco estimulante das produções ordinárias.
Suassuna criou um novo final para a minissérie, que valoriza o teor reflexivo das artimanhas de nosso personagem.

domingo, 10 de junho de 2007

De volta ao primeiro beijo - MOACYR SCLIAR

"O primeiro beijo é uma coisa muito falada. Sem dúvida é uma experiência muito marcante, inesquecível. O primeiro beijo é uma maturação, uma descoberta. Ao mesmo tempo, para alguns, ele pode ser um monstro assustador", diz o cineasta Esmir Filho, diretor de "Saliva". O filme conta como Marina, uma garota de 12 anos, é pressionada a dar o seu primeiro beijo no experiente Gustavo.
Folhateen

TINHA ACABADO de ler a matéria sobre o primeiro beijo, no pequeno apartamento em que morava desde que ficara viúvo, anos antes, quando (coincidência impressionante, concluiria depois) o telefone tocou. Era uma mulher, de voz fraca e rouca, que ele de início não identificou: - Aqui fala a Marília -disse a voz. Deus, a Marília! A sua primeira namorada, a garota que ele beijara (o primeiro beijo de sua vida) décadas antes! De imediato recordou a garota simpática, sorridente, com quem passeava de mãos dadas. Nunca mais a vira, ainda que freqüentemente a recordasse -e agora, ela lhe ligava. Como que adivinhando o pensamento dele, ela explicou: - Estou no hospital, Sérgio. Com uma doença grave... E queria ver você. Pode ser? - Claro -apressou-se ele a dizer- eu vou aí agora mesmo. Anotou rapidamente o endereço, vestiu o casaco, saiu, tomou um táxi. No caminho foi evocando aquele namoro, que infelizmente não durara muito tempo -o pai dela, militar, havia sido transferido para o Norte, com o que perdido o contato -mas que o marcara profundamente. Nunca a esquecera, ainda que depois tivesse beijado várias outras moças, uma das quais se tornara a sua companheira de toda a vida, mãe de seus três filhos, avó de seus cinco netos. E não a esquecera por causa daquele primeiro beijo, tão desajeitado quanto ardente.
Chegando ao hospital foi direto ao quarto. Bateu; uma moça abriu-lhe a porta, e era igual à Marília: sua filha. Ele entrou e ali estava ela, sua primeira namorada. Quase não a reconheceu. Envelhecida, devastada pela doença, ela mal lembrava a garota sorridente que ele conhecera. Consternado, aproximou-se, sentou-se junto ao leito. A filha disse que os deixaria a sós: precisava falar com o médico.
Olharam-se, Sérgio e Marília, ele com lágrimas correndo pelo rosto. - Você sabe por que chamei você aqui? -perguntou ela, com esforço. - Porque nunca esqueci você, Sérgio. E nunca esqueci o nosso primeiro beijo, lembra? Na porta da minha casa, depois do cinema... - Claro que lembro, Marília. Eu também nunca esqueci você... - Pois eu queria, Sérgio... Eu queria muito... Que você me beijasse de novo. Você sabe, os médicos não me deram muito tempo... E eu queria levar comigo esta recordação...
Ele levantou-se, aproximou-se dela, beijou os lábios fanados. E aí, como por milagre, o tempo voltou atrás e de repente eles eram os jovenzinhos de décadas antes, beijando-se à porta da casa dela. Mas a emoção era demais para ele: pediu desculpas, tinha de ir. A filha, parada à porta do quarto, agradeceu-lhe: você fez um grande bem à minha mãe. E acrescentou, esperançosa: - Acho que ela agora vai melhorar. Não melhorou. Na semana seguinte, Sérgio viu no jornal o convite para o enterro. Mas, ao contrário do que poderia esperar, apenas sorriu. Tinha descoberto que o primeiro beijo dura para sempre. Ou pelo menos assim queria acreditar.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Seria uma pena - CARLOS HEITOR CONY

Se dependesse de mim, Lula teria sofrido um impeachment no final de seu primeiro mandato, por conta dos escândalos do mensalão. Impossível que ele não soubesse e não tolerasse a corrupção que se instalou à sua volta, ceifando inclusive o seu auxiliar mais próximo e importante.
A vida seguiu seu curso, ele foi reeleito, não fez nada que prestasse até agora e lançou o PAC -que está abastecendo novos escândalos. Mesmo assim, sem dar a mão à palmatória (a vida segue em frente e muita água continuará movendo os moinhos de sempre), acredito que, em termos de imagem pública e pessoal, ele se saiu bem em dois lances recentes.
Em entrevista a um jornalista da BBC, em Londres, ele deu um show, não negou fogo em nenhuma das provocações que recebeu, defendeu a posição do Brasil em relação à Amazônia de forma brilhante, fazendo o jornalista gaguejar diante das razões que apresentou.
Nesta semana, foi surpreendido com o indiciamento de seu irmão mais velho pela Polícia Federal e com a prisão de amigos de longa data que estariam comprometidos com o sistema dos bingos. Dizem que sua primeira reação foi violenta, soltou os palavrões que o homem comum costuma soltar quando contrariado. Mas, em público, falando como presidente da República, botou as coisas no devido lugar.
Pessoalmente, garantiu que acredita na inocência de seu irmão, entre outros motivos, porque "ele não tem cabeça para fazer lobby". A inocência seria de ordem intelectual. Como presidente, ele não só elogiou e apoiou as ações da PF como a estimulou a continuar o seu trabalho, tentando acabar com as diversas fontes de corrupção.
Pode ser que, por baixo do pano, ele faça algum movimento para livrar a cara do irmão e dos amigos. Será uma pena.